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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

DIÁRIO DE LUÍSA - CAPÍTULO II

Triste. Derrotada. Incrédula. Cortaram minhas asas sem aviso prévio. Ou talvez tenham me avisado, e eu nunca dei atenção. Mais o que importa agora, é que eu não posso mais voar, coisa que eu mais admirava em mim. Certo que eu sempre fui brincalhona, persistente, daquelas garotas osso duro de roer. Mais eu nunca acreditei que pudessem me chamar de desequilibrada, de incapacitada de ser normal. Certo que eu nunca quis testar minha sanidade, mas isso é opção. Sempre sonhei com uma vida disciplinada, mas nunca cansativa. Com uma face séria, mas nunca faltando rompantes de danação. É, danação de criança, uma desobediência infantil. Pra não fazer esquecer tudo que eu fui, tudo que eu sou hoje. Acho que por isso eles nao me entendem. Eu já estou tomando consciência, eu tenho que ser por mim o que eles não foram para si. Eu vou mudar, eu quero tomar responsabilidade, mais não irei abdicar JAMAIS o que eu tanto defendo, a opinião pessoal. Eu escolhi usar tênis de skatista, mesmo sem ter skate. Comprar camisa de manga 3/4 na seção masculina de uma loja de departamento. Fazer de uma calça anos '80 um short. De comprar camisetas G, mesmo sabendo que uma M ficaria perfeita. Escolhi me preocupar menos, com o que dirão das minha galochas, do meu wayfarer. Escolhi a minha felicidade. Eu posso ser desequilibrada no sentido de ter medo de uma simples borboleta, fazer escândalo quando vê uma rã. Mais a unica coisa que eles não podem tirar de mim, é o potencial que eles SABEM que eu tenho. E que sabem que eu posso usar, como arma de superação. Acho que por isso me falam isso, com medo de eu resolver eclodir todo essa minha garra de viver, e acabar me transformando em tudo que um dia eles quiseram ser.